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Avaliação de Máquinas

O laudo técnico de avaliação baseia-se em inúmeras características e situações que agrupadas tratadas geram um produto, um resultado final do valor do ativo avaliando, dentre alguns importantes fatores estão: custo e principalmente sua utilidade. Dentre as melhores técnicas de avaliação, a experiência do engenheiro avaliador, regras científicas e normativas.

A norma brasileira ABNT NBR 14653-5:2006, Avaliação de bens – Parte 5: Máquinas, equipamentos, instalações e bens industriais, e complementa os procedimentos normativos contemplados na ABNT NBR 14653-1, nos aspectos que referem-se avaliação de máquinas, equipamentos, instalações e bens industriais em geral. Para compor nossos laudos de avaliação de máquinas e equipamentos, todas as considerações e determinações da norma técnica são levados em consideração.

Valor, Custo e Preço

As palavras valor e custo e preço, têm significados distintos: preço é a quantia paga pelo comprador ao vendedor e custo é o preço pago mais todas as outras despesas em que incorre o comprador na aquisição de determinado ativo. O custo de uma máquina ou equipamento não é, necessariamente, igual ao seu valor, embora seja uma prova de valor. Por outro lado, na investigação do valor de uma máquina, procura-se conhecer tanto o custo original quanto o valor de reposição.

Avaliação de Máquinas e Equipamentos

Em primeiro lugar, o avaliador terá que verificar o fim a que se destina o laudo de avaliação – seja garantia real, hipoteca, taxação, inventário, avaliação de ativo imobilizado – pois poderão surgir valores diversos dependendo do enfoque do problema.

O objetivo da avaliação, para a maioria dos casos, é encontrar a tendência para o Valor Justo de Mercado ou média ponderada do mercado, isto é, a obtenção do valor justo de mercado de determinado ativo no estado de conservação e vida útil em que se encontra no momento da avaliação.

Direções usuais para avaliação de máquinas e equipamentos:

a) – Informações de mercado;
b) – Renda que a máquina ou equipamento possa produzir;
c) – Custo, menos depreciação.

O primeiro caminho, embora o mais exato, nem sempre é possível para a máquina ou equipamento que se pretende avaliar.

O segundo caminho permite a análise da lucratividade de determinado bem, porém, altamente subjetivo e instável, num mercado globalizado em que não se tem possibilidade de conhecimento da totalidade das informações pertinentes e a real situação das variações de custos em virtude das alterações no valor dos insumos, impostos, variações cambiais, etc..

O terceiro caminho, embora não seja o mais exato, permite grande aproximação do valor de determinado bem, que é a finalidade da avaliação. Este processo consiste na determinação de uma curva matemática que ligue o preço da máquina ou equipamento novo, ao valor residual (sucata ou salvado) ao longo da sua vida útil.

Conceitos Básicos

Vida Útil
Tempo previsto entre o início de funcionamento de determinada máquina ou equipamento e de sua retirada de serviço, já totalmente depreciada, ou seja: com apenas o valor residual.
Depreciação
É a perda de valor de determinado bem no decorrer do tempo. A depreciação ocorre por três motivos principais: deterioração, obsolescência e perda de utilidade
Deterioração é a perda física de valor;
Obsolescência é a perda de valor por motivos técnicos e econômicos e
Perda de utilidade é a perda de valor funcional.
Esperança de Vida
Tempo previsto entre o exame ou vistoria e a data provável de retirada de serviço

Vida aparente
Tempo estimado pelo avaliador, geralmente resultado da diferença entre Vida Útil e Esperança de Vida
finalidades

Conforme especificação do contratante, a finalidade do presente trabalho é a avaliação dos bens móveis componentes do ativo imobilizado, com vistas à determinação do valor justo e à determinação da vida útil estimada destes bens para fins de depreciação, em atendimento ao disposto no art.

183, § 3.º da Lei nº. 11.638 de 28 de dezembro de 2007 e nos Pronunciamentos Técnicos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), em especial os CPC n.º 01 –
Valor Redução ao Valor Recuperável de Ativos, CPC n.º 04 – Ativo Intangível, CPC 27 – Ativo Imobilizado e outros Pronunciamentos Técnicos e Orientações do CPC relacionados a ativos imobilizados tangíveis e intangíveis, além das Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas (NBCT) e deliberação e atos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM)..
referências normativas

Segundo item 6 do Pronunciamento Técnico CP – 27, a seguir transcrito, valor justo é assim definido:
“Valor justo é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com ausência de fatores que pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação compulsória”
Segundo item 3.91 da NBR 14653-4, Norma Brasileira Para Avaliação de Bens – parte 4 – Empreendimentos, a seguir transcrito, valor patrimonial é assim definido:

“Somatório dos valores de mercado dos bens que compõem o ativo permanente do empreendimento. Na impossibilidade de se identificar o valor de mercado de algum bem componente do empreendimento, considera-se a sua melhor aproximação: custo de reedição, valor econômico ou valor de desmonte.”
Complementando a definição acima, é importante apresentar, também, as definições de valor de mercado, valor econômico, valor de desmonte e custo de reedição, conforme segue:
Valor de Mercado, segundo item 3.44 da NBR 14653, parte 1:
“Quantia mais provável pela qual se negociaria voluntariamente e conscientemente um bem, numa data de referência, dentro das condições do mercado vigente”.
Valor de Desmonte, segundo item 3.89 da NBR 14653, parte 4:
“Valor presente da renda líquida auferível pela venda dos bens que compõem o empreendimento, na condição de sua desativação”.
Custo de reedição, segundo item 3.9.3 da NBR 14653-4, parte 1:
“Custo de reprodução, descontada a depreciação do bem, tendo em vista o estado em que se encontra”.
Neste trabalho o valor de justo será tratado como valor de mercado e o desenvolvimento do procedimento avaliatório será baseado nas premissas Determinadas pela NBR 14653 – Norma Brasileira para avaliação de Bens – Parte 5: Máquinas, equipamentos, instalações e bens industriais em geral.

Grau de agregação e tipo de valor
Em atendimento ao item 7.1.3 da NBR 14.653-5-2006 e de acordo com a tabela 1, o quadro abaixo demonstra como é associação da finalidade da avaliação com o seu grau de agregação e tipo de valor.

FINALIDADE

GRAU DE AGREGAÇÃO

TIPO DE VALOR

Patrimonial e Reavaliação de Ativos Imobilizados

Unidade

Industrial/Comercial

Custo de reedição

Valor de mercado

Métodos de Depreciação


1 – Método Linear
2 – Método de Cole ou da Soma de dígitos
3 – Método da percentagem constante
4 – Fundo de amortização
5 – Outros métodos

 

Método Linear


Este método estabelece uma depreciação constante no decorrer do tempo. A linha reta representa a mais simples das curvas, onde a depreciação em cada período é sempre igual e corresponde à depreciação total dividida pelo número de períodos da vida útil prevista.
O Método Linear é também utilizado na contabilidade fiscal.
Entretanto, apesar de sua extrema simplicidade, a depreciação de máquinas e equipamentos não é função linear do tempo, sendo mais acentuada no princípio do que nos últimos anos da vida estimada, devido ao desgaste, a insegurança quanto à utilização e pela perda da garantia, cujo valor se somava ao preço do equipamento quando novo.

 

Método de Cole ou da Soma de Dígitos


Este método, também conhecido como método da série ou da soma de dígitos, estabelece a depreciação empírica em cada período de acordo com a série:

N = Número de períodos
A base fixa é igual ao valor da depreciação total, sendo esta a diferença entre o valor do novo e o valor residual ao final da depreciação.

Deve ser observado que neste método a depreciação nos primeiros períodos é superior a dos últimos, fato este bastante próximo da realidade prática.

 

Método da Percentagem Constante


Este método estabelece uma depreciação constante em percentagem e contínua em cada período, igual ao valor de uma taxa calculada aplicada ao valor residual do período anterior, isto é: a depreciação no final de um período é igual ao produto do valor residual do início pela taxa calculada, sendo o valor da taxa função do tempo de amortização, do valor do bem quando novo e do valor residual ou valor de sucata.

Em virtude do tipo de cálculo, extremamente repetitivo e com grande número de casas decimais, a aplicação deste método deve ser feita com o auxílio de computador. Os valores calculados por este método são boas aproximações da realidade do mercado quando comparados com aqueles obtidos por meio de pesquisas no mercado de máquinas e equipamentos usados.

 

Método do Fundo de Amortização


Determina-se um fundo imaginário onde seria aplicado o valor depreciado, devendo o mesmo render juros previamente estabelecidos como sendo o valor que um industrial obtém como rendimento de seu capital aplicado. Ao final do período da vida útil do equipamento o valor do investimento deve corresponder ao preço de compra do equipamento novo, dando como entrada o valor investido, equivalente ao valor residual do equipamento usado.

 

Outros Métodos


Dentre os diversos outros métodos, destaca-se o modelo matemático desenvolvido pelo Eng. Hélio R. R. de Caires, que calcula a depreciação de uma máquina por meio de uma função dependente das variáveis Manutenção e Regime de trabalho, além de idade operacional e valor de reposição. O principio fundamenta-se na premissa de que o conceito de vida útil deve ser estabelecido de forma a distinguir durabilidade de vida útil econômica.
Este modelo é particularmente útil para os cálculos de avaliação de máquinas e equipamentos sujeitos a regime severo de operação ou sob condições precárias de manutenção, quando estes fatores possam exercer influência decisiva no resultado final da avaliação.

Fonte: 

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